De certo que a
frase remonta a Sócrates e sua filosofia, mas longe de criar uma análise
crítica à sua filosofia, o texto em epígrafe tenta chamar a atenção a um
detalhe que poucos se atentam, quando no desenvolver da aprendizagem enxadrística:
A análise das próprias partidas.
Obviamente que
um enxadrista metódico poderá apontar e seguir vários caminhos em seu
aprendizado, contando atualmente com vários meios, entre eles: livros,
professores, artigos, computadores, etc. O que tento levar ao leitor amigo é
apenas um entre esses tantos recursos. A análise das próprias partidas jogadas,
fundamentadas na sua atual força enxadrística, tende a melhorá-lo como jogador,
antes mesmo que você perceba, e talvez você nem mesmo atribua a isto o seu
desenvolvimento ou melhora, mas tenha certeza de que será de grande valia para
seu aprimoramento.
Não me refiro
somente a análise fria e calculista, baseada em variantes exatas e validadas
por engines de programas de computador. Não! Falo aqui da análise mais
profunda, comentando em seus apontamentos não só os erros ou o que melhor
convinha em determinada posição, mas também retratando a psicologia da situação,
a necessidade de aperfeiçoar esta ou aquela abertura, de se aprofundar em
determinada teoria de finais, de praticar determinados temas táticos, de aprimorar
a administração do tempo, entre outras tantas áreas da teoria e da prática enxadrística.
Exemplos não
faltam por aí. Vemos vários livros de análises de fortíssimos jogadores a
relatarem as suas aventuras no afã de cada partida. Alekhine, Brosntein,
Smilov, Botvinnik, são todos exemplos de como podemos nos desenvolver com a
aplicação dessa filosofia de Conheça-te
a ti mesmo.
Um bom conselho
é reservar um caderno ou mesmo criar um arquivo de texto onde você possa fazer
as análises das partidas jogadas. O ideal é fazê-lo pouco tempo após o término
de um torneio, ou da própria partida mesmo, tendo em vista as idéias estarem
mais claras e frescas. Paulatinamente você terá um cabedal de informações que
lhe servirá de consulta. Quando chegar o momento em que você se flagrar rindo
de suas próprias análises passadas, perceberá o quão maior se tornou desde então
e verá que a filosofia do conheça-te a ti mesmo valera à pena.
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